Estudo revela que pacientes de câncer de mama inicial não precisam fazer quimioterapia
Uma pesquisa apresentada durante o encontro anual ASCO (American Society of Clinical Oncology), realizado em Chicago de 1 a 5 de junho, comprovou a eficácia do teste que confirma quando não há necessidade da quimioterapia como tratamento para mulheres com câncer de mama. O estudo denominado TAILORx, publicado no New England Journal of Medicine, confirmou que 83% de mulheres com tumores primário (até 2cm) e intermediário (entre 2cm e 5cm) e axila negativa, podem seguramente evitar o tratamento quimioterápico e suas comorbidades.
O estudo TAILORx recrutou mais de 10 mil mulheres com tumores de mama primários, receptores hormonais positivos, HER2 negativos e axila negativa que realizaram o teste molecular Oncotype DX em diferentes países. No estudo, 1.629 mulheres com tumores que apresentaram um escore do teste até 10 receberam apenas hormonioterapia e 1.389 mulheres com tumores até 5cm, com escore superior a 25, receberam quimioterapia seguida de hormonioterapia. Outras 6.711 mulheres com risco intermediário baseados no teste Oncotype, com escore entre 11 e 25, com tumores entre 0,5 cm e 5cm foram divididas em 2 grupos: um que recebeu apenas hormonioterapia e outro que recebeu quimioterapia seguida de hormonioterapia. Os resultados foram avaliados entre cinco e nove anos de acompanhamento, e não foram encontradas diferenças estatísticas na sobrevida livre de progressão e sobrevida global entre os grupos com riscos baixo e intermediário.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antonio Luiz Frasson, confirmar que a sobrevida de quem tem risco intermediário é a mesma fazendo ou NÃO QUIMIOTERAPIA, foi a grande novidade do estudo. “Precisávamos entender o que ocorria com as pacientes de risco intermediário. Ao confirmar que 83% das mulheres que participaram do estudo estão no risco baixo ou intermediário, onde a quimioterapia não foi benéfica, nos anima porque desta forma muitas mulheres poderão ter uma melhor qualidade de vida”, disse Frasson.
A Sociedade Brasileira de Mastologia já recomenda o uso de testes realizados no Brasil, com o objetivo de selecionar adequadamente pacientes que tenham real benefício em realizar e a quimioterapia, evitando seu uso e os efeitos colaterais decorrentes, quando não há benefício em relação ao controle da doença e a sobrevida.
A quimioterapia é um tratamento muito eficaz, porém possui efeitos colaterais que afetam as pacientes, como a queda dos cabelos, enjôo, fraqueza, entre outros. “Agora os médicos terão mais assertividade para acrescentar ou não a quimioterapia ao tratamento”, afirma Frasson. Quando o resultado do teste mostra que a paciente tem um tumor de alto risco ela receberá a adição da quimioterapia, mas se mostrar que o risco é baixo ou intermediário, um tratamento como a hormonioterapia já pode ser suficiente com a mesma eficácia, para evitar o retorno do tumor. “Por isso, a SBM apoia a utilização dos testes no Brasil. Estudos como esse são essenciais para a evolução do tratamento da doença”, comemora o mastologista.
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