Recentemente foi veiculado na mídia a possibilidade de se utilizar a chamada “biópsia líquida” para rastreamento de câncer de mama.
O exame popularmente conhecido como “biópsia líquida” é uma técnica que visa detectar material tumoral através da análise de amostra de sangue em que se procura DNA tumoral circulante de forma minimamente invasiva. Este exame é extremamente complexo e ainda não validado para rastreamento do câncer de mama, além de ser um exame não coberto pelo sistema de saúde, sendo ele privado ou público.
Sabemos ainda que o principal exame de rastreamento do câncer de mama é a mamografia, já avaliada amplamente em grandes estudos populacionais com comprovada redução de mortalidade em cerca de 30% para o grupo em que o exame foi feito de maneira adequada e rotineira.
Em relação ao uso da “biópsia líquida” para decisão tanto do tipo quanto do número de ciclos de quimioterapia ainda não há dados científicos disponíveis que possam de maneira segura embasar esta afirmação.
Portanto de acordo com a literatura atual, a SBM não recomenda o uso de “biópsia líquida” tanto como rastreamento populacional para câncer de mama, quanto para decisão terapêutica fora de protocolos clínicos em que o paciente é informado dos potenciais riscos e benefícios e aceita participar assinando um termo de consentimento livre e esclarecido.
Sociedade Brasileira de Mastologia
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