Reconstrução mamária é um direito de toda mulher brasileira

Em abril deste ano se completará quatro ano da Lei federal nº 12.802/2013, que garante às mulheres mastectomizadas o direito de ter suas mamas reconstruídas no mesmo ato cirúrgico. A Sociedade Brasileira de Mastologia – SBM continua atuando na direção de ampliar cada vez mais esse atendimento, auxiliando às mulheres na luta por terem seus direitos garantidos. Embora a reconstrução em mulheres atendidas pelo SUS tenha aumentado no período entre 2008 e 2014, de 15% para 29,2%, cerca de 7,6 mil mulheres tratadas pelo SUS em 2014 não puderam ser beneficiadas pela Lei, o que preocupa a entidade.

De acordo com o Dr. Cícero Urban, membro da SBM, a entidade tem priorizado a formação e o aperfeiçoamento dos mastologistas nesta área para ampliar o número de profissionais qualificados e aptos para a realização desse tipo de procedimento. “Nas mastectomias, além das próteses mamárias que tem sido cada vez mais empregadas na reconstrução imediata, também temos as técnicas de lipoenxertia, que tem melhorado os resultados em situações que no passado pareciam quase insolúveis. Mas é preciso deixar claro que as cirurgias reparadoras tem limites e indicações precisas. Elas são mais complexas do que as cirurgias estéticas e as pacientes precisam estar bem informadas de tudo isto”, explica o mastologista.

A SBM tem realizado cursos de cirurgia oncoplástica em todo o país, qualificando cada vez mais os mastologistas brasileiros. De acordo com o presidente do Conselho deliberativo da SBM, Ruffo de Freitas Júnior, a reconstrução mamária já está incorporada na maioria das residências médicas na Mastologia. “Além disso, cursos estão sendo realizados para aprimorar ainda mais especialistas em todo o Brasil”, afirma.

Estudos já demonstraram os benefícios psicológicos e da autoestima da mulher o que impacta diretamente no bom convívio social, matrimonial e retorno precoce as atividades laborais quando as pacientes são submetidas à reconstrução mamária imediata e é nessa direção que a SBM tem trabalhado para colaborar com a mulher brasileira nesse direito adquirido por lei.


Nota à população sobre linfomas associados às próteses de mama

A Sociedade Brasileira de Mastologia esclarece que, em relação aos dados divulgados pela FDA, a agência americana responsável pelo controle de alimentos e medicamentos, e com base nos dados de conhecimento global desse e dos demais estudos analisados até o presente momento, não há necessidade de alarme em relação a riscos oncológicos ou em relação a outras doenças que possam ser provocadas pelas próteses mamárias. Os dados apresentados pelo FDA já são conhecidos da comunidade médica de especialidade.

O linfoma anaplásico de grandes células associado às próteses mamárias é um subtipo bastante raro de linfoma de células T, que se estima possa surgir um caso em cada 500 mil mulheres com próteses. Mesmo com o alerta dos 12 óbitos relacionados a esta doença nos Estados Unidos e na Austrália, os índices de cura para ela são bastante altos, ultrapassando 90% dos casos. A maioria das pacientes é tratada apenas com a remoção da prótese e da cápsula, sem a necessidade de quimioterapia ou radioterapia.

O silicone presente nas próteses mamárias é um elastômero e a sua viscosidade depende da sua massa molecular. Desde que foram lançadas estas próteses em 1962, foram criadas diversas gerações com diferentes viscosidades e texturizações no seu revestimento. As próteses atuais são de gel mais coesivo, com diversas camadas, o que permite que mantenham sua forma tanto na cirurgia estética quanto na reconstrução mamária. A grande maioria das próteses mamárias implantadas nas últimas duas décadas são texturizadas. Assim, não se consegue estabelecer um nexo causal claro entre a texturização e o surgimento desta doença, visto que quase não se implantam mais próteses lisas, e que também foram relatados casos de linfoma com próteses lisas.

É preciso ressaltar que as próteses mamárias são, entre todas as próteses implantadas no corpo humano com diferentes finalidades médicas, aquelas que foram mais extensivamente estudadas na literatura científica. Além disso, o silicone está na composição de diversos outros produtos da área médica, inclusive catéteres de quimioterapia e próteses de uso em outros órgãos e sistemas. É fundamental que quaisquer novos dados sejam analisados à luz de seus impactos para a saúde da população, levando em consideração os riscos potenciais envolvidos versus os benefícios conhecidos das terapêuticas empregadas.

Assim, a Sociedade Brasileira de Mastologia reitera o seu compromisso de vigilância e monitoramento constante de quaisquer informações que venham a afetar direta ou indiretamente a saúde e a segurança das pacientes sob os cuidados dos membros de nossa especialidade. E que não há nenhum dado até o presente momento que justifique qualquer mudança de postura ou intranquilidade por parte das pacientes portadoras de implantes mamários, sejam elas oriundas de cirurgias estéticas ou reconstrutoras. Devem essas pacientes apenas seguir com a realização de exame clínico mamário e exames de imagem regulares, e serem alertadas que esta é uma condição muito rara, para qual o seu cirurgião a estará monitorando.


Hereditariedade não é o principal fator de risco para casos de câncer de mama

A semelhança entre mães e seus filhos na maioria das vezes é visto como algo positivo, afinal, que mãe não gosta de se ver nos traços de seus pequenos? Porém, quando essa mãe tem câncer de mama, a genética passa a assustar principalmente às filhas que acreditam que serão assombradas pela doença a qualquer momento. Por isso, neste Dia das Mães, a Sociedade Brasileira de Mastologia esclarece que é mito pensar que a hereditariedade é o principal fator de risco em casos de câncer de mama. Estudos comprovam que apenas 5% a 10% de casos têm de fato na sua base uma composição genética familiar, ou seja, em sua maioria a causa do câncer de mama é chamada de tumores esporádicos, que acontecem ao acaso.

Ainda assim, mesmo não sendo o principal fator para a doença, testes genéticos podem ser realizados em mulheres com alto risco de mutações associadas ao câncer de mama. Porém, recente estudo publicado pelo JAMA, o Jornal da Associação Americana de Medicina, revelou que médicos costumam não recomendar este tipo de exame para pacientes nestas condições. “Mulheres têm muito interesse em testes genéticos, mas muitas não recebem indicação para fazê-los”, afirmou Allison Kurian, professora de Medicina na Universidade de Stanford e principal autora do estudo. “Isso é particularmente preocupante porque significa que os médicos estão perdendo a oportunidade de prevenir o câncer em portadoras de mutações e membros da família”, acrescentou.

O estudo identificou que cerca de 60% das pacientes que não realizaram o teste afirmaram que não fizeram porque seus médicos não recomendaram e apenas 40% de todas as mulheres com alto risco relataram receber aconselhamento genético para ajudá-las a decidir ou entender os resultados. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antonio Luis Frasson, os resultados são preocupantes porque os testes podem ser uma ferramenta poderosa para mulheres de grupos de risco. “Por mais que a genética não seja o principal fator de risco para a doença, não podemos negar o direito da mulher de entender e decidir que tipo de cirurgia ela pode optar para tratar um câncer de mama ou tratamentos para tentar diminuir o risco de desenvolver novos cânceres no futuro.”

Segundo Frasson, o percentual de mulheres que faz o teste no Brasil é muito inferior ao que seria o recomendado. No sistema público, porque não está disponível, e fora dele, na maioria das vezes, por falta de informação e desinteresse.


Nota: anticoncepcionais aumentam risco de câncer de mama

Estudo revela que uso de anticoncepcionais aumenta o risco de câncer de mama

Estudo publicado no New England Jornal of Medicine, uma das mais prestigiadas publicações científicas do mundo, revela que o risco de câncer de mama é maior para as usuárias de anticoncepcionais em relação àquelas que nunca recorreram ao medicamento. O estudo também afirma que o risco é elevado na medida em que aumenta o tempo de uso tanto para as mulheres que usam atualmente quanto para as que utilizaram no passado.

A pesquisa foi realizada com 1,8 milhão de mulheres da Dinamarca, na faixa etária entre 15 e 49 anos, que não tinham tido câncer, assim como não tinham tido tromboembolismo ou feito tratamento para infertilidade. A partir do registro nacional, os pesquisadores obtiveram dados individualizados a respeito do uso de anticoncepcionais orais, diagnóstico de câncer de mama e fatores que pudessem confundir as informações. As pacientes foram acompanhadas por um tempo médio de 10 anos e foram identificados 11.517 casos de câncer de mama. Houve um caso a mais de câncer do que o esperado para cada 7.690 usuárias de anticoncepcionais hormonais.

Quando os dados foram comparados com os de mulheres que nunca usaram anticoncepcionais, o risco relativo de ter câncer de mama foi 20% superior em relação às não usuárias. O risco foi 9% superior a partir de um ano de uso e até 38% superior a partir de 10 anos. Isto significa, por exemplo, que se a chance de ter câncer de mama até os 50 anos é de 2%, para quem usou o medicamento por um ano o risco foi de 2,2%. E para quem usou por mais de 10 anos o risco foi de 2,76%.

Não houve algum tipo de anticoncepcional que não tenha tido relação com aumento de risco, inclusive os DIUs com progesterona.

O estudo não avaliou o impacto na mortalidade geral por câncer. Sabemos que anticoncepcionais reduzem o risco de câncer de ovário, de endométrio e câncer colorretal. Além disso, mulheres que usam anticoncepcionais são mais bem acompanhadas em relação as que não usam. Talvez, quando a avaliação de mortalidade por câncer for analisada, o risco de morrer por esta doença em geral possa ser inclusive menor.

Nem o estudo publicado e nem a Sociedade Brasileira de Mastologia recomendam que as mulheres interrompam o uso do anticoncepcional que estiverem utilizando. Baseado neste estudo e em estudos prévios sobre a relação ao uso de anticoncepcionais orais e câncer de mama, a Sociedade Brasileira de Mastologia sugere que cada usuária de anticoncepcionais avalie ou discuta com o seu médico sobre os riscos e os benefícios desta decisão. Isso porque o aumento de risco é relativo, dependendo da idade e do tempo de uso.


Mitos e verdades sobre o câncer de mama e novidades no tratamento

A Revista Marie Claire preparou um dossiê sobre câncer de mama: mitos e verdades, prevenção, leis de proteção ao paciente e novidades sobre a cirurgia de reconstrução, com entrevista do Dr Antonio Luiz Frasson, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

Confira:

Tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mamaresponde por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Especificamente no Brasil, esse percentual é um pouco mais elevado e chega a 28,1%. O Outubro Rosa levanta questões e alerta sobre a doença. Marie Claire conversou com Antonio Luiz Frasson, Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, e tirou as principais dúvidas sobre o tema.

Confira:

Marie Claire: Qual é a prevenção correta para o câncer de mama?
Antonio Luiz Frasson: A prevenção não deve focar apenas nos fatores de risco associados ao câncer de mama, mas também nos fatores de proteção. Alguns fatores que aumentam o risco para desenvolver a doença, como obesidade na pós-menopausa, exposição à radiação em altas doses, exposição a pesticidas, terapias de reposição hormonal, sedentarismo, alcoolismo e tabagismo são passíveis de intervenção; outros fatores como sexo feminino, avanço da idade, início da menstruação antes dos 12 anos, menopausa tardia, gravidez após 35 anos, história familiar para câncer de ovário ou de mama, alta densidade mamária e mutações genéticas (BRCA1, BRCA2, PALB B2 e outros genes importantes ) não podem ser modificados. Considerando os fatores passíveis de intervenção, é possível prevenir o câncer mantendo peso saudável, dieta balanceada, prática de atividade física, além de não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas em excesso. Para mulheres na menopausa, é aconselhável fazer reposição hormonal apenas quando necessário, sob orientação médica. No caso de haver história familiar para câncer de mama ou ovário, o que pode e deve ser feito é uma investigação para identificar a possível presença de uma predisposição genética hereditária e, com base nesta avaliação, tomar decisões sobre intervenções redutoras de risco. Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de se desenvolver a doença.

Marie Claire: A paciente deve ir anualmente ao mastologista ou a ginecologista já é suficiente para fazer os exames preventivos?
ALF: A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que a mulher faça uma consulta ao mastologista uma vez por ano, além de realizar a mamografia também anualmente, sobretudo as mulheres a partir dos 40 anos. A consulta ao ginecologista para realizar os demais exames preventivos é igualmente importante. O diagnostico precoce ainda é a melhor forma de evitar os efeitos devastadores da doença com tratamentos agressivos.  Identificar o tumor precocemente significa aumentar as chances de cura e fazer tratamentos menos agressivos.

Marie Claire: Os próximos passos e possibilidades após o diagnóstico.

ALF: No momento em que se recebe o diagnóstico do câncer de mama, imediatamente a mulher tem a sensação de impotência diante de uma doença que, há poucos anos atrás, era praticamente uma sentença de morte. No entanto, com os avanços atuais nos métodos de rastreio, o diagnóstico de tumores pequenos permite altos índices de cura, cirurgias menos mutilantes, com excelentes resultados estéticos, assim como a descoberta a cada dia de tratamentos complementares mais eficientes que estão modificando o curso desta doença, antes devastadora, agora cada vez mais curável.
O apoio da família e dos amigos são fundamentais e excelentes coadjuvantes ao tratamento, assim como a procura por profissionais especializados no tratamento, neste caso o médico mastologista. Este saberá indicar a sequência ideal para tratar cada tipo de câncer. Cada vez mais o tratamento é individualizado de acordo com o perfil da paciente e tipo de tumor. O mastologista decidirá o tipo de cirurgia, a melhor maneira do tratamento com bons resultados estéticos (o que hoje chama-se oncoplástia), e se será necessário realizar quimioterapia ou hormonioterapia prévios ao procedimento cirúrgico. O mastologista também indicará outros profissionais envolvidos no tratamento do câncer, como oncologista clínico, radio-oncologista, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo, que são fundamentais para melhorar a recuperação e restabelecer a qualidade de vida da paciente.

Marie Claire: Mitos e verdades. O que pode provocar o câncer?

ALF: – Anticoncepcionais – MITO – Apesar de estudos relatarem aumentos ínfimos de risco para câncer de mama com o uso de anticoncepcionais orais com alta dosagem hormonal, estudos recentes com novas gerações desses medicamentos não comprovaram a associação entre o seu uso e o câncer de mama. Pesquisas sobre pacientes portadoras de mutação BRCA1 e/ou 2 também não apresentaram consenso de que essas pacientes possuam aumento do risco para câncer de mama pelo uso de anticoncepcionais.
– Uso de desodorantes – MITO – O câncer tem sua origem em uma mutação do DNA celular herdada ou adquirida por fatores ambientais. Nenhum tipo de desodorante tem potencial de causar modificação no DNA, muito menos o uso constante de sutiã. O que pode acontecer com o uso de determinados desodorantes são fenômenos dermatológicos como alergias, irritações ou foliculites, sendo indicado descontinuar o uso.
– Silicone – MITO – As próteses de silicone produzidas com a finalidade de uso médico não causam câncer de mama, podendo ser utilizadas com segurança tanto em pacientes que desejam cirurgia estética quanto naquelas com história ou presença de patologia mamária precoce.
– Reposição hormonal – VERDADE – Vários estudos demonstraram um pequeno risco aumentado para câncer de mama associado com terapia hormonal após a menopausa, principalmente após o quinto ano de uso. A terapia hormonal inclui terapia isolada de estrogênios e terapia combinada de estrogênio + progesterona. A terapia combinada apresenta um risco maior do que a que tem somente estrogênio. Outro efeito indesejado da terapia hormonal é o aumento da densidade mamária, que pode exigir exames complementares à mamografia (ultrassom ou ressonância magnética). É preciso discutir com seu médico os riscos e benefícios do seu uso para os sintomas da menopausa, devendo sempre levar em consideração outros potenciais fatores de risco associados ao câncer de mama, como a história familiar. Se possível, sua utilização não deve ser muito longa (acima de cinco anos).
– Gravidez – MITO – A amamentação representa fator de proteção para o desenvolvimento da doença, especialmente quando ocorre entre os 20 e 30 anos.
– Tabagismo – VERDADE – Pesquisas recentes levantam a possibilidade de que o fumo (tabagismo passivo e ativo) pode estar associado com um aumento do risco para câncer de mama, especialmente entre as mulheres na pré-menopausa. Este risco está associado com início precoce do tabagismo, maior duração e/ou maior quantidade de cigarros consumidos.
– Álcool – VERDADE – O consumo de álcool, mesmo em quantidades moderadas, está claramente associado ao aumento do risco para desenvolver câncer de mama de maneira proporcional à quantidade ingerida. Esse aumento do risco foi observado quando consumidos em quantidade superior a 10 gramas diários, o que corresponde a cerca de 1 cálice de vinho tinto cheio, 1 lata de cerveja ou uma dose de uísque. O mecanismo pelo qual o álcool aumenta esse risco é incerto, o mais provável é que decorra de aumento dos níveis de estrogênio e androgênios circulantes. Deve-se ressaltar que o aumento no risco ocorre em mulheres que ingerem álcool diariamente.
– Genética – VERDADE – Hereditariedade é fator de risco para casos de câncer de mama, mas não o principal fator de risco. Estudos comprovam que apenas 5% a 10% dos casos têm em sua base uma composição genética familiar. Testes genéticos podem ser realizados em mulheres com alto risco de mutações associadas ao câncer de mama para ajudar a decidir o melhor tratamento. Esses testes não estão disponíveis no sistema público de saúde.

Marie Claire: Quais as novidades sobre a cirurgia de reconstrução mamaria?

ALF: Mais antigamente, toda mulher que precisava retirar a mama por conta do câncer de mama precisava aprender a viver sem uma ou as duas mamas. Poucas eram as pacientes que conseguiam colocar um implante ou fazer uma reconstrução mamaria no ato da cirurgia. Já o médico, era visto como o profissional que retirava o tumor, mas não reconstruía a mama imediatamente. Felizmente, este cenário mudou ao longo dos últimos anos, e a partir de 2012 a mudança passou a ser maior também no sistema publico. . O governo federal sancionou a Lei Nº 12.802/2013, que garante às mulheres mastectomizadas o direito de ter suas mamas reconstruídas no mesmo ato cirúrgico.
Ainda é baixo o número de cirurgias reparadoras imediatas no sistema publico,  mas o cenário começa a mudar lentamente, já que existe uma falta de infraestrutura do Estado de um modo geral. A Sociedade Brasileira de Mastologia entende que a reconstrução mamária faz parte do tratamento, já que afeta não só a estética e a sexualidade da mulher, mas, essencialmente, sua autoestima. Por isso, a entidade vem desenvolvendo ações que buscam diminuir a fila de mulheres que aguardam no Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo treinamento de cirurgiões mastologistas com cirurgias oncoplásticas em cursos de educação continuada. Dentro deste contexto, mais de 500 mulheres já foram beneficiadas.
Outra novidade é que reduziu o número de mastectomias e esvaziamentos axilares, assim como aumentaram as cirurgias conservadoras e reconstruções com implantes. Isso significa que as pacientes terão menos complicações e uma melhor qualidade de vida, pois estão sendo submetidas a tratamentos menos agressivos e menos mutilantes.

Marie Claire: Quais são as leis criadas para as mulheres que têm a doença, mas que não são cumpridas?

ALF: 1 – Acesso à Mamografia a partir dos 40 anos
A Lei 11.664/08 garantia a toda mulher a partir dos 40 anos a realização anual do exame. No entanto, uma portaria, através do Ministério da Saúde, modificou a idade do acesso à mamografia de 40 para 50 anos em diante, além de limitar o exame para a mamografia unilateral, ou seja, somente em uma das mamas. Essa portaria alterou a lei de 2009 que dava direito a todas as mulheres e causou um mal estar generalizado. Diante disso, através de um projeto de Decreto de Lei, já aprovado em março de 2015, as entidades do setor, inclusive a SBM, conseguiram o apoio de deputados para voltar ao termo original da lei. O projeto, que agora está no Senado, ao ser sancionado, torna o acesso ao exame possível de novo a partir dos 40 anos de idade.
2 – Lei dos 60 dias
Sancionada há três anos, a lei nº 12.732/12 é ampla e contempla todo o paciente diagnosticado com câncer. No caso do câncer de mama, a lei prevê que todo paciente inicie o tratamento no prazo máximo de 60 dias após o diagnóstico. Essa medida é determinante para a saúde do paciente. Estudos mostram que as pacientes chegam a levar 90 dias ou mais para iniciar o tratamento, o que resulta na frequência de diagnósticos de tumores avançados – pelo menos de 60% a 70% dos casos, o que não colabora com a redução da mortalidade.
3 – Reconstrução Imediata
A Lei 12.802, sancionada em 24/04/2013, garante as mulheres que se submetem à mastectomia (retirada de uma ou das duas mamas) o direito de ter suas mamas reconstruídas no mesmo ato cirúrgico. A exceção são aquelas cujo quadro clínico não oferece condições para isso, ou seja, caso o estado da paciente ofereça riscos à sua saúde, a reconstrução não será feita imediatamente. Caso contrário, a reconstrução mamária imediata é um direito de cada mulher e precisa ser respeitada. No entanto, um estudo recente realizado pela Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia revelou que das 210 mil mulheres que realizaram cirurgias de câncer de mama no Brasil entre 2008 e 2015 pelo SUS, quase 44% (92,5 mil) fizeram cirurgia de mastectomia. Dessas, apenas 18 mil (20%) tiveram suas mamas reconstruídas pelo SUS, um cenário alarmante, pois a maioria das mulheres vive mutilada há anos aguardando pela cirurgia, seja por falta de informação, medo, vergonha ou autoestima baixa.

Marie Claire: Como é feito o acesso à informação?

ALF: É notório o desconhecimento sobre a importância de se cuidar e, em muitos casos, medo de ir à consulta e receber um diagnóstico indesejado. Isso acaba afastando as mulheres da prevenção e tratamento. Nesse sentido, o comportamento da mulher precisa melhorar. Grande parte não procura acompanhamento médico, outras realizam exames, mas não vão buscar o resultado, e muitas desconhecem inclusive o mastologista, que é o médico responsável pela saúde das mamas . Segundo pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia, quanto menos informação as mulheres recebem sobre a prevenção do câncer de mama mais chances elas têm de morrer em consequência da doença. As taxas de mortalidade aumentaram nos estados onde há alto índice de exclusão humana e social e baixo índice de desenvolvimento humano, como é o caso de Rondônia, Tocantins, Santa Catarina, Maranhão, Piauí, Alagoas, Sergipe, Ceará. Já nos estados onde o índice de desenvolvimento humano é alto e a exclusão social é baixa, as taxas diminuíram, como nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.
Hoje, a informação acontece nas unidades de saúde e meios de comunicação, mas ainda há muito desconhecimento e informações equivocadas.

Marie Claire: Quais os obstáculos para que esse acesso ao atendimento às mulheres com câncer de mama seja mais eficiente?

ALF: A falta de acesso no sistema publico  é a principal preocupação e luta da Sociedade Brasileira de Mastologia. As mulheres que necessitam do atendimento pelo SUS encontram dificuldades para identificar onde e como agendar consulta com o mastologista, realizar a mamografia, biópsia e tratamentos, como quimioterapia e radiologia etc. Elas não recebem orientação adequada dos profissionais de saúde e são obrigadas a aguardar pela marcação através de um telefonema do Sistema de Centrais de Regulação (SISREG). Também há a questão de equipamentos quebrados em diversas unidades ou descalibrados e técnicos despreparados para fazer a mamografia.
Dentro deste contexto, os membros da  Sociedade Brasileira de Mastologia se solidarizam com as mulheres que passam por dificuldades enormes na busca de um atendimento qualificado e humanizado, e oferece treinamento constante para seus associados, na busca de uma formação que permita um atendimento ágil, moderno, seguro, e dentro de padrões internacionais de uma assistência com qualidade e eficiência

Fonte: Revista Marie Claire


Dores mamárias podem ser confundidas com câncer de mama

Mastalgia é o nome dado às dores mamárias que são comuns entre as mulheres, mas muitas desconhecem as suas causas. A mastalgia atinge cerca de 70% das mulheres, sem restrição de idade e, na maioria dos casos, as dores não representam nada grave. A recomendação da SBM é buscar uma consulta com o mastologista. Para muitas mulheres, as dores são confundidas com câncer de mama.

São três as definições de mastalgias:

  • Clínica, que geralmente acontece no período menstrual, durando sete dias e podendo piorar nos dias que antecedem a menstruação.
  • Acíclica, que pode ser constante ou intermitente, é mais comum no período da menopausa e pode estar relacionada aos quadros de inflamação das mamas, algum trauma, cisto mamário ou à gravidez.
  • Extramamária, que tem relação com a nevralgia intercostal, contratura muscular, artrite, fibromialgia, entre outras. Pode ter origem na parede torácica, e comumente a paciente relata que sente dor no início da mama. Elas são denominadas conforme a intensidade e os sintomas mais leves não têm interferência na vida da mulher. A dor severa pode se estender pela axila e pelo braço, tornando-se um empecilho nas tarefas do dia a dia.

Essas dores são relacionadas ao câncer de mama, mas em 90% dos casos a doença é silenciosa, ou seja, não causa dor. Isso não significa que um médico não deve ser procurado, os especialistas recomendam que esta seja a primeira atitude a ser tomada pelas mulheres caso sinta dor no peito.

Quando a consulta é marcada, muitas vezes o esclarecimento sobre a dor já é o suficiente para o alívio dos sintomas. Em outros, é necessário realizar exames complementares, como a mamografia e a ultrassonografia. Caso a mastalgia não tenha seus sintomas aliviados por meio da orientação verbal do médico, ele pode prescrever que a mulher tome anti-inflamatórios não-hormonais ou a prática de tratamentos de fisioterapia e acupuntura, que ajudam a amenizar a dor.


Cistos Mamários: motivo de consultas e dúvidas frequentes

Os cistos mamários são motivo de inúmeras consultas e dúvidas frequentes em consultórios de Mastologia. Fazem parte do processo de envelhecimento natural do tecido mamário e ocorrem em aproximadamente 75% das mulheres. Podem surgir rapidamente, de um dia para o outro, e a história típica é a de uma mulher que tem exames absolutamente normais, porém no dia seguinte pode acordar com um nódulo de mama.

O aparecimento é súbito e, na maioria das vezes, os cistos desaparecem espontaneamente com o passar do tempo, pois a área cística passa a ser reabsorvida ou progressivamente substituída por gordura. Portanto, os cistos mamários estão envolvidos com o processo de maturação e atrofia da glândula mamária. Este processo, de um modo geral, inicia em torno dos 27 aos 30 anos e perdura até a menopausa. Em mulheres que fazem terapia hormonal de substituição é frequente o achado de cistos mamários, mesmo após a menopausa.


Atividade física regular tem efeitos positivos no câncer de mama

Para especialista da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), estudos realizados por importantes centros de referência nos Estados Unidos revelam resultados promissores associados ao estilo de vida das pacientes

Novo estudo publicado pela conceituada revista da Sociedade Americana de Oncologia Clínica destaca a importância da atividade física no prognóstico do câncer de mama. A pesquisa revela reduções significativas na taxa de mortalidade e na recorrência da doença em mulheres que mantiveram um estilo de vida saudável antes, durante e após o tratamento. “Os resultados são de fato surpreendentes e é possível afirmar que a prática regular de exercícios, dentro das recomendações estabelecidas, reverte-se em benefícios importantes para a saúde e o bem-estar das pacientes”, afirma o mastologista Silvio Bromberg, membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

O estudo multicêntrico, publicado na Journal of Clinical Oncology e liderado pelo oncologista Davide Soldato envolveu 10.359 mulheres diagnosticadas com câncer de mama em estágio I a III. No acompanhamento por aproximadamente 6 anos, os pesquisadores constataram que a atividade física moderada entre 90 minutos a cerca de 5 horas por semana foi associada a uma redução no risco de recorrência da doença.

“Os dados indicam que a atividade física regular pode ter um efeito antitumoral significativo, especialmente em determinados subtipos”, afirma Bromberg. Em pacientes com câncer de mama triplo-negativo, agressivo e de rápida evolução, “a taxa de sobrevivência livre de recorrência a distância (DRFS)” foi de 86% para praticantes de exercícios semanais por menos 90 minutos e de 91,6% para as mulheres que se dedicaram a um período igual ou maior a 90 minutos por semana. “Em pacientes HER2-positivas, a DRFS foi de 90% em menos de 90 minutos, e 96% em mais de 90 minutos semanais”, destaca o mastologista.

Outro estudo, também recente, envolveu 1.340 mulheres com câncer de alto risco. Conduzido por pesquisadores do Roswell Park Comprehensive Cancer Center, que desde 1898 se dedica, especificamente, a pesquisar a doença, analisou a adesão das pacientes a recomendações de estilo de vida saudável, incluindo atividade física, consumo de frutas, vegetais, carne vermelha e embutidos, bebidas adoçadas, ingestão de álcool, tabagismo e índice de massa corporal.

Nas investigações lideradas pela epidemiologista Rikk Cannioto, os resultados foram surpreendentes. “Mulheres que mantiveram um alto índice de estilo de vida saudável antes, durante e até dois anos após o tratamento da doença apresentaram uma redução de 58% em mortalidade e 37% na recorrência do câncer de mama”, ressalta Bromberg.

De forma generalizada, o tempo de atividade física definida para mulheres com câncer de mama equivale a cerca de 75 minutos por semana. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda entre 150 e 300 minutos de exercício moderado ou 75 a 150 minutos para atividade intensa por semana.

“Os dois estudos reforçam a importância de um estilo de vida ativo para pacientes com câncer de mama, com destaque para a atividade física como uma ferramenta crucial na redução da mortalidade e recorrência da doença”, conclui o médico Silvio Bromberg, da Sociedade Brasileira de Mastologia.


Pacientes com câncer de mama inicial não precisam fazer quimioterapia

Estudo revela que pacientes de câncer de mama inicial não precisam fazer quimioterapia

Uma pesquisa apresentada durante o encontro anual ASCO (American Society of Clinical Oncology), realizado em Chicago de 1 a 5 de junho, comprovou a eficácia do teste que confirma quando não há necessidade da quimioterapia como tratamento para mulheres com câncer de mama. O estudo denominado TAILORx, publicado no New England Journal of Medicine, confirmou que 83% de mulheres com tumores  primário (até 2cm) e intermediário (entre 2cm e 5cm) e  axila negativa, podem seguramente evitar o tratamento quimioterápico e suas comorbidades.

O estudo TAILORx recrutou mais de 10 mil mulheres com tumores de mama primários, receptores hormonais positivos, HER2 negativos e axila negativa que realizaram o teste molecular Oncotype DX em diferentes países. No estudo, 1.629 mulheres com tumores que apresentaram um escore do teste até 10 receberam apenas hormonioterapia e 1.389 mulheres com tumores até 5cm, com escore superior a 25,  receberam quimioterapia seguida de hormonioterapia. Outras 6.711 mulheres com risco intermediário baseados no teste Oncotype, com escore entre 11 e 25, com tumores entre 0,5 cm e 5cm foram divididas em 2 grupos: um que recebeu apenas hormonioterapia e outro  que recebeu  quimioterapia seguida de hormonioterapia. Os resultados foram avaliados entre cinco e nove anos de acompanhamento, e não foram encontradas diferenças estatísticas na sobrevida livre de progressão e sobrevida global entre os grupos com riscos baixo e intermediário.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antonio Luiz Frasson, confirmar que a sobrevida de quem tem risco intermediário é a mesma fazendo ou NÃO QUIMIOTERAPIA, foi a grande novidade do estudo. “Precisávamos entender o que ocorria com as pacientes de risco intermediário. Ao confirmar que 83% das mulheres que participaram do estudo estão no risco baixo ou intermediário, onde a quimioterapia não foi benéfica, nos anima porque desta forma muitas mulheres poderão ter uma melhor qualidade de vida”, disse Frasson.

A Sociedade Brasileira de Mastologia já recomenda o uso de testes realizados no Brasil, com o objetivo de selecionar adequadamente pacientes que tenham real benefício em realizar e a quimioterapia, evitando seu uso e os efeitos colaterais decorrentes, quando não há benefício em relação ao controle da doença e a sobrevida.

A quimioterapia é um tratamento  muito eficaz, porém possui efeitos colaterais que afetam as pacientes, como a queda dos cabelos, enjôo, fraqueza, entre outros. “Agora os médicos terão mais assertividade para acrescentar ou não a quimioterapia ao tratamento”, afirma Frasson. Quando o resultado do teste mostra que a paciente tem um tumor de alto risco ela receberá a adição da quimioterapia, mas se mostrar que o risco é baixo ou intermediário, um tratamento como a hormonioterapia já pode ser suficiente com a mesma eficácia, para evitar o retorno do tumor. “Por isso, a SBM apoia a utilização dos testes no Brasil. Estudos como esse são essenciais para a evolução do tratamento da doença”, comemora o mastologista.


‘Fake news’ podem atrapalhar o tratamento contra o câncer de mama

Notícias falsas como cremes e chás milagrosos e até plantas que prometem curar o câncer de mama podem comprometer o tratamento contra a doença. Depois do susto de receber o diagnóstico, muitas mulheres começam a pesquisar sobre o tema e ainda se deparam com notícias falsas (fake news) que vão de tratamentos a diagnósticos. Essas notícias podem prejudicar o tratamento correto da doença. Algumas pessoas até abandonam o tratamento convencional e o acompanhamento médico por conta de notícias falsas.

Como o câncer de mama é o de maior incidência entre as mulheres brasileiras, a informação é uma arma importante para o diagnóstico precoce e, consequentemente, melhor resposta ao tratamento. “A credibilidade das informação sobre diagnóstico e tratamento devem sempre vir de médicos e especialistas que estejam tratando a paciente”, reforça o especialista.

Veja abaixo as principais notícias falsas sobre o câncer de mama:

Cremes, pomadas ou chás podem curar o câncer
Falso. Nenhuma dessas substâncias tratam ou evitam a doença. Evandro Fallacci explica que as alterações que desencadeiam o câncer começam no interior das células promovendo um crescimento descontrolado, por isso não podem ser evitadas com tratamentos alternativos. “Não existem relatos na literatura médica de que cremes e pomadas possam tratar câncer. Claro que manter uma vida saudável com boa alimentação, exercícios regulares, uso de protetor solar e boas noites de sono podem fortalecer o organismo, mas não evitam a maioria dos tipos de câncer”, diz o médico. Os tumores de pele são uma exceção, já que normalmente são prevenidos com o uso de bloqueadores dos raios solares.

Ter silicone faz com que a mulher tenha mais chances de ter câncer de mama
Falso. O especialista explica que não existem relatos científicos de que a doença seja desencadeada pelo uso de próteses de silicone. “O que acontece muitas vezes é que a mulher se preocupa com a estética do seio e deixa de fazer a visitar regularmente o mastologista para exames anuais. Com isso, a doença pode desenvolver-se sem diagnóstico precoce, mas não por causa da prótese”, explica o especialista.

Existem combinações de remédios de farmácia que substituem a quimioterapia
Falso. A quimioterapia, a cirurgia e a radioterapia são etapas fundamentais do tratamento do câncer de mama. Em alguns casos, elas podem ser combinadas. “Cada paciente deve ser tratada de maneira única” explica o mastologista.

Apenas mulheres acima dos 50 anos podem ter câncer de mama
Falso. Apesar de raro, existem mulheres que desenvolvem a doença mais cedo do que a maioria por uma predisposição genética ou por outros fatores como exposição excessiva à radiação na região do tórax. “Por isso, é muito importante fazer o autoexame e ir ao ginecologista regularmente”, lembra Evandro.

Se o resultado da mamografia der alterado a paciente está com câncer
Falso. Qualquer alteração deve ser vista com atenção, seja na mamografia ou durante o autoexame das mamas. No entanto, nem todas são malignas (cancerígenas). O exame pode indicar também cistos, nódulos e calcificações. O ideal é, sempre que detectada uma alteração, que a paciente procure um mastologista para esclarecimento e acompanhamento.

Apenas um exame é necessário para ter o diagnóstico de câncer de mama
Falso. Além da mamografia, outros exames complementares podem ser feitos dependendo do tipo e volume da mama, da idade e da presença de implantes mamários e histórico familiar. A ultrassonografia e a ressonância magnética são exemplos de exames complementares.

Consultoria: Hospital 9 de Julho
Fonte: O Estado de S. Paulo

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